INÍCIO DAS GRADAÇÕES (Parte I) *Aninha Caligiuri*

Oh! a vida cheia de fulgor!...
Pisemos essas mesmas calçadas
de além-norte,
pelos resplendores dos amanhãs,
que vão enfileirando nos céus
a marca da regeneração.

É hora do amor universal.
Sigamos, terráqueos,
pelas serenas estradas,
que iluminam as trevas
da escuridão gritante.
Sigamos pelos caminhos
da serenidade atuante.
Empunhemos o bastão
da divina realeza,
para encontrarmos
as refulgentes emanações
cintilantes.
Rumemos pelas nebulosas.
Entoemos os hinos
de libertação.
Rompamos
com a cadeia de dores.
Sufoquemos as inferioridades.
Façamos banir as impurezas
que estão vergastando
as almas condoídas.
Partamos pelos mundos
enfileirados na amplidão
imensa.
Esqueçamos os mínimos
e rutilantes invernos terrestres...
dando a mão generosa
aos pequenos.
Subamos até ao Pae -
Grande Deus,
com as limpezas do coração
despojado de vícios.
Vejamos e sintamos
que as sombras passam
e não deiam rastros
pelas encostas
do Esfarelar Cinzento.

Aninha Caligiuri

*De meu primeiro livro: Sussurros e exalações - poemas.
Página 52. 1878. Editora Clichetc. Maringá - Paraná.